sábado, março 08, 2014

DEUS E OS DEUSES

Em toda matéria de sabedoria e de inteligência sobre que o rei lhes fez perguntas, os achou dez vezes mais doutos do que todos os magos e encantadores que havia em todo o seu reino. Daniel 1:20

O livro de Daniel apresenta um claro conflito entre Deus e os deuses, entre a verdadeira e a falsa adoração. Nos versos iniciais do livro, Jerusalém e Babilônia aparecem em confronto. Esse é um tipo de polarização que ocorrerá no tempo do fim. O livro indica que a vitória pontual de Babilônia acontece apenas por permissão divina: "O Senhor lhe entregou nas mãos a Jeoaquim, rei de Judá" (v. 2). Nabucodonosor é apenas um instrumento do juízo divino contra Israel. Mero contraponto de uma história muito mais ampla.

Em meio às complexas linhas dos eventos, mesmo diante da vitória de Babilônia e do fato de os utensílios sagrados do templo divino terminarem dessacralizados num templo pagão, Deus continua no controle. Daniel e seus amigos são representantes do triunfo divino. Levados a Babilônia, eles não se deixam seduzir pelo inimigo. Os esforços para "aculturá-los" são inúteis. Eles "resolveram firmemente" resistir aos assédios babilônicos. Em um teste posterior, em "inteligência e sabedoria", são dez vezes mais bem-sucedidos que todos os magos e encantadores do reino. Surpreendentemente, no capítulo 2, diante de seu sonho enigmático, Nabucodonosor, que já constatara a superioridade dos hebreus, convoca primeiro os "magos, encantadores e feiticeiros" de seu reino (Dn 2:2). Por quê? A rebelião humana se opõe a Deus mesmo diante das maiores evidências.

Outro aspecto curioso é que Babilônia e o sonho de seu rei tinham um antecedente histórico. Faraó, no antigo Egito, também tivera um sonho (Gn 41:1). Ele também havia confiado em seus "magos e sábios" (v. 8) para que o mistério fosse desvendado. Nos dois casos, contudo, os recursos humanos em oposição a Deus foram envergonhados, demonstrando sua impotência patética. Nos dois casos, os deuses falsos não podiam explicar nada. Os representantes da sabedoria do homem tiveram sua oportunidade, mas tudo que puderam demonstrar foi tolice e incapacidade. O Altíssimo não apenas vê o futuro, mas controla a história. Tanto José (Gn 41:16) quanto Daniel (Dn 2:28) apontam para Deus como o único que pode revelar o desconhecido. Afinal, constatamos o triunfo de Deus a despeito das aparências adversas. A vitória pertence ao Senhor.


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