Nessa primeira profecia registrada nas Escrituras encontra-se um indício de redenção. Essa sentença, apesar de fazer parte do pronunciamento contra a serpente, foi proferida aos ouvidos de nossos primeiros pais e, portanto, deve ser considerada como uma promessa. Ao mesmo tempo em que predizia guerra entre o ser humano e Satanás, declarava que o poder do grande adversário finalmente seria quebrado.
Adão e Eva se achavam como criminosos diante de seu Deus, aguardando a sentença que a transgressão atraíra sobre eles. Antes, porém, de ouvirem falar nos cardos e espinhos, na dor e na angústia que seria o destino deles, e do pó a que deveriam voltar, escutaram palavras que lhes deviam inspirar esperança. Embora sofressem pelo poder de seu adversário, poderiam aguardar no futuro a vitória final.
Deus declara: “Porei inimizade.” Essa inimizade é posta de forma sobrenatural, e não naturalmente concebida. Quando o ser humano pecou, sua natureza se tornou má, e ele estava em harmonia, não em discordância com Satanás. O orgulhoso usurpador, conseguindo seduzir nossos primeiros pais como havia feito com os anjos, achava ter assegurado a união e a cooperação deles em todos os seus empreendimentos contra o governo do Céu. Não havia inimizade entre ele e os anjos caídos. A despeito de qualquer discórdia que pudesse existir entre eles, estavam todos unidos, como anéis de aço, em sua oposição e ódio contra Deus. Mas, quando Satanás ouviu que a semente da mulher havia de esmagar a cabeça da serpente, soube que, embora ele houvesse tido êxito em depravar a natureza humana, e assimilá-la à sua, no entanto, por algum misterioso processo, Deus havia de restaurar aos seres humanos o poder perdido e habilitá-los a resistir a seu conquistador e vencê-lo.
É a graça implantada por Cristo na vida que cria a inimizade contra Satanás. Sem essa graça, continuaríamos cativos de Satanás, servos sempre prontos a lhe cumprir as ordens. O novo princípio no coração cria conflito onde até então reinava a paz. O poder que Cristo comunica nos habilita a resistir ao tirano e usurpador. Sempre que se vê alguém aborrecer o pecado em vez de amá-lo, quando resiste àqueles desejos que exerciam domínio interior e os vence, vê-se aí a operação de um princípio inteiramente de cima (Review and Herald, 18 de julho de 1882).
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